quarta-feira, 30 de setembro de 2009

CONSELHO DE CLASSE: Momento de avaliação repensado e reorganizado


Alexandro Muhlstedt
INTRODUÇÃO

Um dos aspectos que necessitou de profundas revisões e análises na busca por uma mudança de melhoria no Colégio Estadual Professor Francisco Zardo, de Curitiba, foi o Conselho de Classe. Os procedimentos existentes, bastante confusos e repletos de análises equivocadas sobre o rendimento e desempenho dos alunos, criavam um panorama de descrédito e demonstravam um desconhecimento do real papel do Conselho de Classe. Em 2009, num processo de alterações das rotinas e devido a construção do Projeto Político Pedagógico emergiu a necessidade de rever procedimentos, posturas e formas de realizar o Conselho de Classe.
Ao término do 1º Bimestre já estavam delineados alguns procedimentos a fim de rever a prática existente, incluindo modos novos de pensar o Conselho de Classe. Por um trabalho incansável de Equipe Pedagógica da escola os professores foram sendo orientados nesses novos procedimentos por meio de envio de e-mail aos mesmos, bem como publicização no mural dos professores a respeito das novas formas de realizar esse momento na escola. Foram várias iniciativas ao longo do ano a fim de estabelecer nova cultura e efetivação de maneiras mais adequadas de realizar o Conselho de Classe.

1. CONCEITUANDO O CONSELHO DE CLASSE

O primeiro passo foi retomar o conceito básico e o sentido do Conselho de Classe na escola pública, vinculado ao processo de avaliação. Assim, por meio de e-mails enviados aos professores, bem como pelas discussões na hora-atividade, os professores foram sendo incitados a encarar o Conselho de Classe como parte do processo de avaliação e espaço de reflexão sobre o trabalho pedagógico que está sendo realizado, bem como a possibilidade para que haja uma consciente tomada de decisão sobre novos caminhos a seguir, ou seja, novas maneiras de agir dos profissionais para o alcance de melhorias e solução dos problemas observados.
O Conselho de Classe, atividade presente na organização da escola, é um procedimento que no Colégio Zardo ocorre ao final de cada bimestre no qual os vários professores das diversas disciplinas, juntamente com a Direção e Equipe Pedagógica se reúnem para refletir, de modo conjunto, e avaliar o desempenho pedagógico dos alunos das diversas turmas. A preocupação do Conselho é dinamizar a gestão pedagógica. Sendo parte do processo de Avaliação ele tem algumas características específicas que possuem uma riqueza de possibilidades. Essas características principais são:

A participação direta dos profissionais

A organização interdisciplinar

A centralidade da Avaliação escolar como foco de trabalho




Essas características distinguem o Conselho de Classe de qualquer outra atividade que ocorre na escola, sendo espaço para verrificar se os conteúdos, os objetivos e os processos avaliativos estão coerentes entre os professores, e alinhados àqueles procedimentos definidos pelo coletivo e tidos como necessários para as soluções dos problemas apontados.
Esta atividade faz parte da rotina de qualquer escola pública do Paraná, não havendo, no entanto, unidade nos procedimentos e, de certa forma, realizado de modo inadequado e distante de seu objetivo principal. No Colégio Zardo, numa prática recorrente na qual cada pedagogo adotou uma postura e procedimentos que considerou a mais correta, havia um clima de tensão e angústia entre os professores. Por isso, tornou-se fundamental discutir e delimitar alguns procedimentos, adotando critérios que fossem comuns nos três turnos da escola. Assim, esperava-se atingir o objetivo do Conselho de Classe e, mais que isso, cumprir o preceito diretamente ligado à análise dos processos de ensino e aprendizagem, na perspectiva de tomada de decisão, correção e enfrentamento adequado dos problemas observados.

2. OS TRÊS MOMENTOS QUE COMPÕEM O CONSELHO DE CLASSE

Buscando o alinhamento e a definição de procedimentos como forma de se estabelecer uma cultura de resgate do sentido do conselho de classe apontado anteriormente, em consonância com as diretrizes curriculares, bem como com as orientações da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, a Equipe Pedagógico estabeleceu a constituição do conselho de classe em três momentos: Pré Conselho, Conselho de Classe e Pós Conselho.

2.1. Pré-conselho

O Pré-conselho são as ações que dizem respeito à aprendizagem do aluno, que antecedem ao Conselho de Classe. São os momentos de análise da aprendizagem do aluno que ocorrem no processo do dia a dia escolar. Caracteriza-se por um registro formal a respeito de cada turma. Para isso, cada professor representante de turma, realiza, em conversa como os demais professores, o preenchimento da Ficha do Pré-conselho apontando avanços e retrocessos. A Equipe Pedagógica elaborou essa ficha de acordo com o que pode ser visto na figura a seguir:

(Ficha do Pré-conselho a ser preenchida pelos professores representantes de turma)

Junto a esta ficha, preenchida pelo professor representante de turma alguns dias antes e entregue no momento do Conselho de Classe, são acrescentadas as informações registradas na pasta individual do aluno. Também o acompanhamento de notas, o desempenho e o rendimento explicitados no momento do Conselho, bem como as conversas sistematizadas com os alunos e professores (na Hora-atividade), registros em Livro de Ocorrência de ações e encaminhamentos realizados ao longo do Bimestre. Tudo isso constitui o conjunto de informações a respeito do aluno e sua turma existentes antes do Conselho de Classe, sendo que nesse momento tais informações são partilhadas, os problemas são levantados e ocorre a discussão dos procedimentos a serem encaminhados a fim de sanar os problemas.
O Cronograma com horários de cada turma foi divulgado via e-mail, bem como publicizado no Mural dos Professores:

(Cronograma do I Conselho de Classe 2009)

Os alunos também foram orientados a participar do Conselho de Classe, por meio de um documento preenchido pelos alunos monitores de turma, a respeito dos colegas da turma, das atividades desenvolvidas e sobre o desempenho dos professores.

























 (Ficha do Conselho – Alunos do Ensino Médio e Profissional)

Como parte do Pré Conselho, foi possível efetivar o levantamento de dados quantitativos sobre as turmas. Esses dados podem ser compreendidos como determinantes no que se refere ao rendimento e desempenhos dos alunos. Os índices de notas abaixo da média; as quantidades de atividades avaliativas não realizadas, de licença médica do professor sem substituição, de troca de professor na turma, de número de alunos que frequentam a Sala de Apoio, etc, são questões apontadas nessa atividade e que contribuem para a compreensão do que ocorre em cada turma da escola. Explica, de certa forma, os fenômenos que muitas vezes são motivo de fracasso no ensino. Essas informações, apontadas pela Equipe Pedagógica, auxiliam os professores a entender os fenômenos que acontecem em cada uma das turmas e, assim, tomar as decisões mais adequadas na condução de seu trabalho pedagógico.

2.2. Momento do Conselho de Classe

É a atividade que acontece em dia e horário definido no Calendário escolar em que professores, Equipe Pedagógica e Direção se reúnem para verificar se os objetivos, processos, conteúdos e avaliação estão coerentes com o referencial do trabalho pedagógico da escola. No caso, o dia e horários de cada Conselho foram divulgados com antecedência, inclusive com a coleta de assinaturas dos professores cientes do dever de comparecer no Conselho.
A intenção preponderante nesse momento é definir, juntos, o que será feito para atender as necessidades de mudança, o (re) direcionamento dos aspectos levantados no diagnóstico das turmas (Pré-conselho) e a sistematização das ações pedagógicas.
No momento do Conselho de Classe, o perfil do aluno (de acordo com a percepção do professor não é a questão que mais interessa). Interessa sim os aspectos da aprendizagem do aluno no sentido de buscar alternativas para sanar os problemas de aprendizagem. Por isso, a Equipe Pedagógica orientou os professores nesse quesito, a fim de que façam julgamentos comportamentais ou mesmo rotulação de alunos.
Afinal, analisando algumas atas de Conselho de Classe, bem como registros sobre alunos, observou-se a presença de termos que não correspondem ao objetivo do Conselho de Classe. Foram encontrados termos sobre alunos tais como: descompromissado, irresponsável, não controlável, imaturo, barulhento, desinteressado, desatento, instável, não reconhece a autoridade do professor, conversador, muito fraco, deixa a desejar, desrespeitoso, apático, tímido, participativo, não tem capacidade, dispersivo, regular, desmotivado, agitado, desordenado, bagunceiro, possível de controlar, desconcentrado, fraco, precisa de orientação, debochado, eufórico, inquieto, influenciável, péssimo, infantil, alegre demais, resistente, figurante, prepotente, entre outros. Tudo isso demonstra um foco em rotular e julgar comportamentos do que analisar o processo de aprendizagem.
Compreende-se que quando o Conselho de Classe enfatiza esse tipo de descrição, acaba tendo um caráter comportamentalista, sendo usado como uma espécie de “caça às bruxas”. E por isso mesmo, é um tipo de registro que se mostra completamente inadequado para efetivar o objetivo que é definir possibilidades de ação para sanar as dificuldades nos processos de ensino e aprendizagem.
Vale ressaltar que as falas do professor sobre os alunos devem incidir sobre os aspectos que condicionam a aprendizagem e não a rótulos estereotipados com visões deterministas, inatistas ou ambientalistas. Sabe-se o quanto é complicado reconhecer que em alguns casos a dificuldade de aprendizagem pode ser expressão da metodologia adotada pelo professor. Mesmo assim, em muitos casos, é necessário rever as práticas para que o trabalho com os conteúdos seja eficiente. Nesse sentido, faz-se necessário refletir se a não aprendizagem apenas incide em responsabilizar o aluno. Essa reflexão foi tomando corpo nos momentos de hora atividade, por meio das conversas pedagógicas entre professores e pedagogos da escola.
Para que o Conselho de Classe se efetivasse como espaço de reflexão e tomada de decisão, a Equipe Pedagógica apresentou alguns critérios norteadores do processo de avaliação geral:



(Critérios norteadores do Conselho de Classe)

Esses critérios auxiliaram a não perder o foco na discussão e a tomar as decisões para os casos apresentados. Afinal, “Chamar os pais”, tipo de encaminhamento comum e quase exclusivo, único tipo de encaminhamento, pode acabar em “cortina de fumaça” para camuflar os problemas concretos de aprendizagem.
Para cada um dos momentos do Conselho de Classe, as mesmas foram secretariadas e atadas pelo secretário da escola, resguardando seu caráter pedagógico. O material todo (Parecer dos professores, anotações feitas pelos pedagogos e canhoto de notas) foram recolhidos para serem organizadas e utilizadas na implementação das ações pós conselho de classe.
A Equipe Pedagógica, no conselho de classe, apresentou alguns procedimentos adotados e as providências tomadas para resolver os problemas do cotidiano da escola que envolviam faltos de alunos sem justificativa, casos de indisciplina, irresponsabilidade com os estudos e displicência:
  • Registro nas Fichas individuais e no Livro de Ocorrência.
  • Orientação e esclarecimentos dos problemas ocorridos entre alunos e professores.
  • Orientação e chamadas de atenção de alunos.
  • Encaminhamento com a família, por telefone.
  • Chamada da família para comparecer à escola.
  • Reunião de alunos para serem orientados e tomarem consciência de atitudes desrespeitosas e displicentes.
  • Elaboração de Atas e Termos de Compromisso junto aos alunos reincidentes.
  • Aplicação de atividades complementares aos alunos indisciplinados.
  • Chamada da Patrulha Escolar, em caso que tenha envolvido agressão em frente a escola.
  • Acionamento do Conselho Escolar, em casos extremos de reincidência e problemas graves de depredação do patrimônio escolar.
  • Orientações e sugestões aos professores para minimizar os problemas em sala de aula.
  • Participação dos Pedagogos Alex e Fabíola, no dia 13 abril em de oficina sobre Violência, no SESC, como forma de buscar alternativas de ação para a escola.
Todo esse conjunto de ações e procedimentos, ao longo do bimestre, foi gerando a resolução de problemas que envolviam comportamentos que afetavam negativamente o processo de ensino e aprendizagem. Por isso, no momento do Conselho de Classe, não haveria necessidade de relato de tais questões e, sim, a busca por outras alternativas de ações mais efetivas, enriquecendo o debate e evitando o simples relato.
Sobre a quantidade de encaminhamentos de alunos para a Equipe Pedagógica, no 1º Bimestre de 2009, constatou-se o seguinte panorama:

Turmas da manhã
1ªA
15
2ªA
04
3ªA
08
1ªB
18
2ªB
13
3ªB
16
1ªC
26
2ªC
10
3ªC
15
1ªD
15
2ªD
11
3ªD
13
1ªE
19
2ªE
13
3ªE
14
1ªF
19
2ªF
07



1ªG
10




Turmas da tarde
5ªA
12
7ªA
04
1ªH
08
5ªB
16
7ªB
13
1ªI
16
5ªC
23
7ªC
10
2ªG
15
5ªD
15
8ªA
11
3ªF
13
6ªA
19
8ªB
13




6ªB
19
8ªC
07



6ªC
10



6ªD
14




Com este levantamento foi possível verificar em quais turmas os problemas que envolveram encaminhamentos de alunos para a Equipe Pedagógica eram maiores e assim, auxiliar na tomada de decisão por quais ações para resolver o problema. Tudo isso, atividade para após o conselho, constituindo um conjunto de ações para o Pós conselho.
Ao final do ano letivo, foi possível verificar um conjunto de informações presentes nos pareceres dos professores, que contribuiu substancialmente para uma análise pedagógica e ética a respeito do desempenho das turmas. Um exemplo pode ser conferido no quadro que se segue com informações das turmas do turno da tarde:

TURMA
1º BIMESTRE
2º BIMESTRE
3º BIMESTRE
5ªA
Os alunos são agitados, agressivos, gritam demais.
Alguns com muitas dificuldades. A turma em si necessita de limites
Os alunos não estudam, são imaturos, indisciplinados, dispersivos e mal educados.
Brincam demais e gritam muito.
Na sala de apoio não estão evoluindo.
Houve melhoria no rendimento. Os alunos estão fazendo as atividades, participam e prestam atenção. Porém, continuam agitados, com muitas dificuldades para interpretar e compreender textos.
5ªB
A turma é boa, com bom aproveitamento. Há um baixo rendimento em matemática.
Há alunos que fazem bagunça. Ressalta-se que evoluíram na aprendizagem.
O rendimento é regular para bom.
A apropriação dos conteúdos está satisfatória. São falantes e isso reduz o aprendizado.
5ªC
Os alunos são agitados e imaturos.
Conversam excessivamente, mas realizam atividades em sala e em casa. Há um comportamento infantil.
Há uma boa participação, mas o nível de conhecimento não é satisfatório.
A entrada dos alunos da 5ªD fez o rendimento da turma cair. Houve queda no rendimento, são faltosos e tem havido indisciplina. Porém, constata-se bom desempenho nas atividades. Há uma boa capacidade de aprendizado.
6ªA
Os alunos são agitados, falam excessivamente. Porém, são participativos, perguntam bastante e questionam.
Turma boa. Ficaram agitados depois da Gincana. Cumprem as tarefas.
Queda no rendimento e aproveitamento. Bastante participativos. Há indisciplina.
Pouca dificuldade na apropriação dos conteúdos.
6ªB
Não são participativos, imaturos e realizam parcialmente as tarefas.
Turma regular.
Turma regular. Diminui a agitação. Não cumprem as tarefas.
Turma regular. Não entregam trabalhos e não tem o hábito de estudar em casa. Se dispersam facilmente. São irresponsáveis.
6ªC
Turma boa, são interessados, perguntam.
Há alunos com dificuldade de aprendizagem.
Agitados. Há bom alunos na turma.
Turma imatura, agitada e indisciplinada. Rendimento regular.
Fazem as atividades propostas e houve apropriação dos conteúdos.
6ªD
São faltosos, indisciplinados, aprendizagem baixíssima.
Não realizam as atividades.
Não querem nada com nada. São agitados, indisciplinados, não ouvem o professor. Há um clima tenso na turma. Exaustivo para o professor dar aula nessa turma. Não trazem material para não fazer as atividades – boicote da aula.
Declínio no rendimento. Não realizam as atividades. Enorme defasagem de conteúdo.
Não entregam trabalhos, mas houve bom rendimento.
Turma que estressa e cansa.
7ªA
Turma mediana, indisciplinada.
Há ótimos alunos e outros com muitas dificuldades.
Muitos alunos fora da faixa etária.
Caiu o rendimento e o desempenho. Há uma diferença muito grande: alunos muito bons e alunos muito ruins.
Boa apropriação dos conteúdos. Turma disciplinada e apática.
7ªB
Indisciplina.
Maus alunos influenciando os demais.
Há alunas muito indisciplinadas.
Desempenho médio. Há tumulto oriundo dos alunos fora da faixa etária. São deslocados e agitados.
Agitados, participativos e com bom rendimento.
Há alunos com dificuldades de aprendizagem e falta de interesse. Muita conversa.
7ªC
Indisciplina geral.
Desinteressados e desatentos.
Incomodam outras turmas quando estão em aula vaga.
Indisciplinados. Após reunião dos pais, diminuiu a agitação. Alunos têm feito provas e trabalhos. A gincana ajudou. Tem havido mais interesse. Há muitos alunos com dificuldades.
Aproveitamento regular. São lentos para realizar as atividades.
8ªA
Turma boa com bom aproveitamento.
Participativos, fazem as atividades.
Turma boa, com comportamento tranquilo. Porém, caiu o desempenho.
Turma muito grande. Corresponderam à proposta de trabalho do bimestre.
8ªB
Precisam ser controlados porque tendem à indisciplina.
Dispersos, relapsos, com dificuldade de aprendizagem.
Caiu o rendimento, mas estão mais comprometidos.
Houve melhorias, cumprem mais os trabalhos e participam.
Bom aproveitamento. Tem dificuldades, mas apropriação satisfatória. Há defasagem de conteúdo.
8ªC
Atrasos frequentes.
Defasagem enorme nos conteúdos.
Caiu o desempenho e o rendimento é baixo. Há muitas gazetas, saídas da sala e atrasos frequentes.
Melhoria no rendimento. Mas continuam indisciplinados, atrasando e faltando bastante. Uso de celular em sala e conversas paralelas o tempo todo. Péssimo comportamento.
1ªH
Apáticos, quietos, não participam, não perguntam.
São apáticos, acomodados, não fazem os trabalhos. Há defasagem de conteúdos e muitas dificuldades para realizarem as tarefas. Não entregam tarefas.
Bom aproveitamento. Apropriação dos conteúdos satisfatória.
Alunos preguiçosos. Fracos de conteúdo, faltam muito. Apáticos.
1ªI
Falam excessivamente, dispersivos, não produzem, não há bom rendimento.
Atendem ao pedido do professor.
Rendimento baixo, mas há alunos destaque.
Há muita piada e alunos imaturos.
Alunos faltosos, desatentos e com dificuldades de aprendizagem. Tiveram baixo rendimento. Alunos com sérias dificuldades e que não levam nada a sério. Não estudam em casa. Há alunos com dificuldades que se esforçam.
2ªG
Turma apática com aluno que não participam efetivamente das atividades. Mesmo assim, há boas notas. Escutam o professor.
Alunos com dificuldades. Não há problema com indisciplina. O rendimento é satisfatório.
Turma pouco participativa, mas entregam os trabalhos.
Bom rendimento. Alunos com facilidade no aprendizado.
3ªF
Turma apática, descomprometidos, irresponsáveis, não participam.
Há panelinhas na turma.
Turma com potencial, mas são preguiçosos e acomodados. Poucos alunos esforçados.
Houve sensível melhoria, apresentando mais interesse e participação.
Ainda há alunos sem nada de interesse.

Ao analisar o quadro, é possível observar a evolução de cada uma das turmas da tarde no decorrer dos meses de fevereiro a setembro, e a partir disso, avaliar se as medidas adotadas deram o resultado esperado. Com essa estratégia, Equipe Pedagógica e professores foram consolidando o momento do Conselho de Classe como espaço de análise do ensino e aprendizagem, e de tomada de decisão para resolver os problemas que foram sendo observados.

2.3. Pós-conselho

Esse é o momento de retomada dos conteúdos por parte do professor e da metodologia de ensino. Também são realizadas as orientações aos alunos (individual ou coletivamente), encaminhamentos às famílias e elaboração dos gráficos de desempenho e rendimento.
É a efetivação das ações didático pedagógicas sendo que as principais são:

Encaminhamento da FICA: que é caso dos alunos faltosos sem justificativa. FICA é um programa vinculado ao Conselho Tutelar que deve ser acionado em caso de faltas injustificadas do aluno à escola.

Convocação individual de pais: que é caso dos alunos indisciplinados ou que não têm cumprido adequadamente às atividades escolares. Também os casos de alunos que gazeiam aula ou causam algum tipo de prejuízo patrimonial.

Conversa individual com o aluno: chamada dos alunos, pela Equipe Pedagógica com o objetivo de orientar sobre notas baixas, bem como para ouvi-los e desvelando as razões por baixo desempenho.

Trabalho com a turma: Ações a serem implementadas pela Equipe Pedagógica a fim de sanar problemas que tenham foco na turma como um todo, como desinteresse, bagunça, desrespeito, displicência e irresponsabilidade com os estudos.



Todas essas ações, registradas em atas e nos pareceres da turma, assumem um caráter de meta a ser alcançada no bimestre seguinte, tendo sempre como foco a resolução dos problemas apontados, bem como a ênfase num processo em que todos concretizar o seu trabalho.
Foram incluídas como ações pós conselho as reuniões de pais para entrega de boletins de notas e conversa com professores, bem como a orientação e readequação das metodologias docentes nos casos em que tenha sido constatado baixo desempenho da turma em função do tipo de metodologia adotada pelo professor.
No Conselho de Classe final foi incluída uma atividade no pós conselho que é o preenchimento, pelo professor, de um parecer para cada um dos alunos reprovados. O documento é o seguinte:


(Parecer do aluno reprovado)

Este parecer, anexado na Ficha Individual do aluno, é um documento no qual consta uma síntese do professor, explicando as razões pelas quais o aluno reprovou.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração que a função principal do Conselho de Classe é mediar e articular as situações do processo ensino-aprendizagem, tona-se fundamental que a Equipe Pedagógica da escola realize com competência, ética e compromisso um processo de análise dos dados coletados no Pré Conselho. Essa análise contribui para que sejam implementados encaminhamentos para superação das dificuldades diagnosticadas pelo colegiado. Tudo isso sem perder o foco que é a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, acaba efetivando também um processo de Auto Avaliação, na qual o professor toma consciência da sua própria ação, de suas limitações e acertos; a equipe pedagógica analisa com mais cuidado o trabalho pedagógico, bem como as reais condições de trabalho na escola; a direção legitima as ações do Projeto Político Pedagógico permeado pelas discussões em relação ao processo de ensino e aprendizagem; o aluno toma consciência de seu desempenho escolar, sendo auxiliado a superar as dificuldades.
Vale ressaltar que o Conselho de Classe, quando bem feito, contribui para que se faça uma análise diagnóstica de cada uma das turmas da escola, porque se utiliza os dados qualitativos e quantitativos, sem contar que ocorre o levantamento dos alunos que apresentam dificuldades e defasagem de aprendizagem, bem como os problemas decorrentes da indisciplina.
Por fim, o Conselho de Classe, uma vez reestruturado no Colégio Zardo tornou-se momento de tomada de decisão, no qual professores, equipe pedagógica e direção definiram o que será feito para atender as necessidades de mudança, redirecionando os aspectos levantados no diagnóstico das turmas e sistematizando as ações pedagógicas. E isso, de modo coletivo, numa tentativa conjunta de resolver os problemas e melhorar o ensino e, consequentemente, os níveis de aprendizagens.