sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

VIOLÊNCIA E ESCOLA: Reflexões docentes e possibilidades de intervenção


Alexandro Muhlstedt

Violência gera violência, os fracos julgam e condenam,
porém os fortes perdoam e compreendem.
(Augusto Cury)

Uma das coisas importantes da não violência
é que não busca destruir a pessoa, mas transformá-la.
(Martin King)

Violência não é um sinal de força,
a violência é um sinal de desespero e fraqueza.
(Dalai Lama)

INTRODUÇÃO

A Equipe Pedagógica do Colégio Estadual Professor Francisco Zardo, de Curitiba, como forma de fomentar o debate e a reflexão, desenvolveu em 26 de outubro de 2012 a 4ª Reunião Pedagógica de forma On line cujo tema foi a Violência. A prática de realizar Reunião on line, por meio de Fórum, é fruto da experiência vivenciada na 2ª e na 3ª Reunião que contribuiu para a participação mais efetiva dos docentes nos debates sobre os temas do cotidiano da escola.
O tema dessa Reunião, Violência, foi definido após as discussões ocorridas no mês de julho, na Semana Pedagógica (19 e 20 de julho), na qual as reflexões incindiram sobre a Indisciplina Escolar, bem como nas questões que emergiram na 2ª Reunião em 24 de maio (sobre Pais, Drogas, Indisciplina e Processos Pedagógicos) e na 3ª Reunião em 29 de setembro (sobre o Plano Personalizado de Atendimento).
Ao estudar, especialmente, a Indisciplina escolar, suscitou a necessidade de um aprofundamento teórico e uma melhor compreensão desse fenômeno escolar por toda a equipe escolar. Assim, um aspecto a ser melhor compreendido é o fenômeno social da Violência.

1. O tema

Para Abramovay (2002), a “violência é um comportamento que causa intencionalmente dano ou intimidação moral a outra pessoa, ser vivo, ou dano a quaisquer objetos. Tal comportamento pode invadir a autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro”. É, portanto, o uso excessivo de força além do necessário ou esperado.
Diante disso, pode-se afirmar que a escola é um espaço em que os indivíduos expressam seus sentimentos das mais variadas formas. E ao realizar isso, nem sempre há contrapartida positiva do interlocutor, gerando manifestações agressivas e violentas.
Bernard Charlot (1997), ao referir-se ao conceito de Violência, classifica-o em três níveis:
Violência
Inclui golpes, ferimentos, roubos, crimes, vandalismos e atos sexuais não permitidos.
Incivilidades
Humilhações, palavras grosseiras, xingamentos, apelidos, falta de respeito.
Violência simbólica ou institucional
Desprazer no ensino, por parte dos alunos e negação da identidade e da satisfação profissional, por parte dos professores.

Assim, torna-se importante discutir, conhecer e compreender as formas de violência que ocorrem no cotidiano da escola para tentar lidar e enfrentar o problema de modo eficiente. Estudar o tema, proposta que este trabalho descreve, é um caminho para desvendar aquilo que envolve a problemática.

2. A atividade

A Equipe Pedagógica do Colégio Estadual Professor Francisco Zardo, de Curitiba, após a sistematização das discussões ocorridas em julho, organizou o material de estudos sobre a Violência. Foram escolhidos dois textos e um vídeo, os quais foram postados no blog da pedagogia da escola: www.pedagogiazardo.blogspot.com. Ler os textos e ver os vídeos, foram pretextos para desencadear a discussão no grupo de professores.
O primeiro texto, “Violência na escola”, de autoria de Viviane Avelino Marcelos, traz o conceito e os tipos de violência, refletindo sobre os fatores que levam os jovens a praticar atos violentos.
O segundo texto, “A escola hoje e os alunos que não aprendem”, de autoria de Roberto Leal Lobo e Silva Filho, publicado no Jornal Folha de São Paulo, traz uma reflexão sobre o livro A Escola dos Bárbaros, de Isabelle Stal e Françoise Thom, publicado no Brasil em 1987, questionando determinados mitos presentes nas práticas de sala de aula e que, de algum modo, desviam a atenção dos aspectos pedagógicos para questões que seriam acessórias à função da escola.
Já o vídeo “Crianças Veem! Crianças Fazem!” é uma propaganda australiana sobre a influência do exemplo dos adultos no comportamento infantil. Sem sem visar a venda de itens de consumo, o vídeo tenta agregar valores sociais, persuadindo e sensibilizando o indivíduo comum, por meio de cenas chocantes, a repensar e refletir sobre suas atitudes.
Esses materiais postados no Blog serviram de base para a reflexão de cada um dos professores, que deveriam acessar o material, estudar e refletir à luz da prórpia vivência cotidiana. Em seguida, enviar comentários no Fórum elaborado no próprio blog, respondendo às seguintes questões:

1. Qual é a sua concepção sobre Violência?
2. Quais são as atitudes violentas que você percebe na rotina de nossa escola?
3. Quais são suas ações diante atitudes de violência?
4. Em que medida o comportamento do professor interfere / influencia no comportamento de nossos alunos?
5. Há possibilidades de reduzir índices de violência em nossa escola? Como? Qual o papel da família nesse aspecto?

Os docentes também foram orientados a ler as postagens dos colegas, comentando-as se fosse o caso e, com isso, realizar uma interação entre os participantes.

3. As respostas dos professores

A participação dos docentes e Equipe Pedagógica da escola foi intensa e rica. Durante o dia todo, inclusive a noite, cada professor pode expressar suas opiniões e ponto de vista, o que possibilitou um debate profícuo e repleto de possibilidades reflexivas sobre o tema da Violência. Embora o encontro físico não tenha ocorrido, a interação á distância trouxe o mesmo efeito.
Além das questões que foram respondidas em tese, ou num plano ideal, foi possível verificar inúmeros relatos de vivências e observações feitas pelos profissionais da escola, bem como possibilidades reais de ações no que concerne ao cotidiano da escola.
O conjunto dessas respostas e relatos trouxe novos questionamentos, até porque o Fórum não tinha como pressuposto dar respostas ou apresentar soluções, mas justamente suscitar novos olhares e um levantamento mais detalhado de novas indagações.
O objetivo certamente foi alcançado, tendo em vista a participação maciça dos profissionais da escola.
No quadro a seguir, é possível conferir as respostas dos participantes.

Professor / Disciplina
Resposta 1
Qual é a sua concepção sobre Violência?
Resposta 2
Quais são as atitudes violentas que você percebe na rotina de nossa escola?
Resposta 3
Quais são suas ações diante atitudes de violência?
Resposta 4
Em que medida o comportamento do professor interfere / influencia no comportamento de nossos alunos?
Resposta 5
Há possibilidades de reduzir índices de violência em nossa escola? Como? Qual o papel da família nesse aspecto?
Euclides / Geografia
Falta de amor, afeto, que gera baixa autoestima, e carência afetiva. Violência é uma das válvulas de escape. Crianças e adolescentes, quando amados e aceitos, geralmente não são violentos.
Preconceito, agressões verbais, rixas.
Orientar; citar exemplos positivos. Procuro indicar caminhos construtivos, de autoconhecimento, autocompreensão, autoaceitação, para que possam perceber a necessidade de aceitar os outros.
Nem sempre é fácil, mas em muitas situações a calma deve vir do educador. O professor deve exercer a sua autoridade com calma e sabedoria para interferir positivamente no ambiente ou em uma determinada situação.
Há.Conscientização e contextualização permanente. A família deve saber dos fatos; os pais devem acompanhar os casos mais graves. A escola talvez possa oferecer oficinas ou palestras sobre o assunto. A grande responsabilidade ainda é dos pais ou responsáveis.
Joceli / História
Toda e qualquer ação que não reconheça e respeite o outro como um ser diferente.
Nossos alunos são indivíduos que não interagem de forma a modificar as suas atitudes. Reproduzem o que existe de ruim nas relações interpessoais encontradas nos meios de comunicações (rádio televisão, cinema, internet, etc), no ambiente escolar e até mesmo na sua casa.

Atualmente as escolas estão enfrentando diversos tipos de violência, como: agressões verbais, brincadeiras agressivas, falta de respeito, vocabulário agressivo, drogas lícitas e ilícitas, destruição do patrimônio, excesso de alunos nas salas de aula, falta de todo e qualquer apoio por parte do poder público, entre outros.
Acredito que o professor deve, em primeiro lugar, conhecer o seu aluno a partir de um olhar diferenciado, não como mãe/pai, mas, como professora. É possível utilizar alguns momentos para conversar assuntos diferenciados. Também, é importante o professor não responder a um ato violento como outro ato violento, como, por exemplo, gritar; apesar de que, em alguns momentos, isso acabe fugindo do controle. Faz-se necessário expor que professor é um alvo direto dessa violência, e muitas vezes, até por falta de apoio, sozinho perde esse controle.
O aluno é um reflexo dos mais velhos e, o professor, para muitos, é modelo, exemplo de conduta e civilidade.
Para reduzir esse índice de violência em nossa escola é necessário que haja uma ação conjunta entre a comunidade escolar e o poder público. Mesmo assim, não é possível achar que a escola é o espaço social ideal para salvar esta situação. Devemos compreender que a violência não é da escola, mas sim da sociedade como um todo. A diminuição de alunos por sala, por exemplo, ajudaria a amenizar uma das questões que a escola enfrenta. Lembremos que a escola tem o papel de produzir conhecimento e não a transformá-la num consultório médico, psicológico, fonoaudiólogo etc. Parece que, tudo que a sociedade não consegue resolver, cabe à escola tal tarefa. Sem professores devidamente preparados e mínimas condições para se colocar em prática teorias e conceitos, isso não possível.
Nesse sentido, não devemos deixar que a escola assuma o papel do estado e da família. A família, cada vez mais desestruturada em todos os aspectos, deve reassumir suas obrigações quanto aos seus filhos.
Vladimir / Ed. Física
Na minha concepção, violência é a ação humana que causa danos psicológicos ou físicos a uma ou mais pessoas, animais, meio ambiente ou a si próprio.
Falta de respeito e tolerância de alguns para com os outros, a predisposição em ser agressivo com outras pessoas com as quais não simpatizam.
Procuram ser preventivas através de discussões gerais com o grupo sobre disciplina, respeito e educação, tomando até mesmo exemplos do cotidiano da sociedade no que diz respeito aos vários tipos de violência.
Como diz aquela frase “Respeito é mercadoria de troca.” Logo podemos derivar que a agressividade e a violência também geram agressividade e violência. Normalmente nosso comportamento causa reflexo, como se fossemos espelhos.
Obviamente existem casos em que a agressividade, intolerância e a violência vem de um histórico de criação, educação e meio onde vivem os jovens e que acabam trazendo para dentro das escolas

Considero ser bem mais difícil reduzir estes índices com as pessoas que já trazem em sua criação comportamentos questionáveis sob o ponto de vista da não violência. O papel da educação, da boa criação é imprescindível da família lá na infância, pois uma família estruturada, que preocupou-se em educar seus filhos com amor, responsabilidade e atenção, oferecerá para a sociedade atual um bom cidadão, assim como a falta destas condições contribuirá para o contrário.
Augusta / Sociologia
Para mim, violência é todo tipo de agressão, seja ela física, moral, psíquica, social, cultural, intelectual, etc., independente de ser real ou simbólica.
Para mim a própria rotina da escola é uma violência, ou seja, a escola está permeada daquilo que Bourdieu/Passeron, denominaram de violência simbólica. Além disso, podemos visualizar alunos que depredam o patrimônio, desrespeitam outros alunos e professores, aqueles que praticam o bullying cotidianamente, etc.
Como professora e como cidadã, procuro orientar e conscientizar nossos alunos no sentido de que para tornar a sociedade um espaço para todos, é preciso respeitarmos uns aos outros, além de conservar o patrimônio que é de todos.
Numa sociedade como a nossa, em que as diferenças de toda ordem, provocam reações de discriminação e preconceitos, onde os valores sociais, éticos e morais, perderam espaço para o individualismo e para o consumismo, nosso comportamento, pode sim, provocar no aluno, todo tipo de reação, sejam elas positivas ou negativas, até porque, o próprio sistema escolar faz parecer iguais indivíduos que na sua essência são extremamente diferentes.
Como professora e como socióloga, acredito que há sim a possibilidade de diminuirmos a violência no interior das escolas, mas para isso, teríamos que reformular todo o sistema, teríamos que pensar, que criar um novo modelo, ou seja, uma escola que fosse pensada e organizada por todos que dela precisam e que a frequentam, e acima de tudo, que atendesse de fato os anseios reais de aprendizagem e de formação dessa juventude do século XXI.
Débora / Matemática
A violência é todo ato que agride o(s) outro(s) de alguma maneira, seja ela física ou moral.
Atualmente é o grande centro dos problemas escolares, pois apresenta-se de forma generalizada entre os alunos através da agressividade na maneira de falar com o outro, seja com o professor ou com os colegas de turma, tornou-se algo natural entre eles.
Sendo assim, percebo que aquilo que deveria ser função da família - a arte de educar - passou também a ser papel da escola. A todo momento me vejo ensinando aos alunos como devem ser comportar ou agir em determinadas situações e me alegro ao ver que muitos começam a agir da maneira ensinada.
As crianças e os adolescentes aprendem mais com gestos do que com palavras e, é claro que, a postura do professor tem que ser condizente com o que ele diz - não adianta o professor cobrar pontualidade do aluno se ele não é pontual ou ainda exigir responsabilidade no cumprimento das tarefas e ele não demonstrar o mesmo.
Apesar da escola estar assumindo um papel que não é dela, isso não isenta a família do mesmo, pois se a família não apoiar o trabalho realizado pela escola e, principalmente, "falar a mesma língua da escola", o aluno ficará confuso e não conseguirá distinguir o que realmente é correto, somente através da união entre família e escola, pode-se minimizar as ações violentas no ambiente escolar.
Karina / Inglês
Violência é a falta de respeito para com o próximo.
Percebo que os alunos que não tem respeito com os colegas ou professores também se comportam da mesma forma em casa com seus familiares.
Os pais devem ensinar seus filhos a partir do exemplo dado no dia a dia do convívio familiar, não adianta ensinar com palavras se o exemplo é contraditório. Um ato vale mais do que mil palavras, é o que vai ficar na cabeça da criança ou adolescente. Os pais devem se policiar constantemente para agir de forma correta e dar o melhor exemplo aos seus filhos.
Assim como os pais, nós professores, além de cobrarmos de nossos alunos respeito para conosco e com os colegas devemos mostrar e ensiná-los por meio de exemplos e muita conversa que a violência não leva a lugar algum.
A melhor forma de resolver qualquer problema é o diálogo, priorizando o respeito para com o próximo.
José / Filosofia e Sociologia
A violência mediática, quem sabe muito mais preocupante e perniciosa que violência contra o patrimônio, violência doméstica e violência simbólica por se tratar de incentivadora camuflada das violências tipificadas pela autora.
A violência mediática minimiza a capacidade de pensamento e, assim, sorrateiramente abre espaço para vender o encanto inerente ao mercado. É preciso pois consumir para o indivíduo (assim no particular) se sentir bem, para até encontrar a felicidade. Esse é o pano de fundo na escalada da inversão de valores e estímulo à competição desregrada, raiz de qualquer violência. A propaganda apequena iniciativas pessoais e a produção integrada e livre.
Pais ou responsáveis pelos filhos integram hoje a roda vida daqueles que aceitaram comprar os filhos com a oferta e variedade dos produtos a consumir, agregados ao valor falacioso da marca, sem lhes oferecer o espaço da afeição para sentir, pensar e agir juntos. Daí, a meu ver, a explicação para a universalização e crescimento espantoso da violência sob o espectro de qualquer feição e atributos que queiramos lhe dar. A escalada da violência ganha o conceito de competição desigual entre os que podem ou não comprar.
Diante disso, as escolas deveriam abrir espaço maior para que seus alunos atuem coletivamente e realizem atividades propostas por eles para que se sintam portadores de valores próprios e diferentes daqueles que fazem deles seres passivos, recebedores de um processo e quase nunca não animadores dele.
Claro que há risco em oferecer oportunidades para ações criativas aos alunos, ao se organizarem coletivamente, mas esse é o preço da liberdade pensadora e que se realiza de forma assertiva.
Disciplina faz-se pela valorização de iniciativas individuais e coletivas e não pela intimidação, embora não se prescindam tomadas de posições incisivas, quando necessário.
Solange / Geografia
É uma transgressão da ordem e das regras da vida em sociedade. É o atentado direto, físico contra a pessoa cuja vida, saúde e integridade física ou liberdade individual correm perigo a partir da ação de outros. 
A agressividade verbal e às vezes física, dos alunos em determinadas brincadeiras entre eles mesmos.
A falta de limites e discernimento em atitudes comportamentais.
As violências que se manifestam no cotidiano das relações sociais, expressas em xingamentos entre alunos, insultos de alunos a professores e afrontas entre professores.
A violência que as pessoas fazem através de bulying 

Não há uma postura única, para cada caso e cada pessoa temos uma reação diferente então acredito em agir com o bom senso uma vez que as vezes alguns casos de violência acontecem quando menos esperamos.
Acredito que o relacionamento entre professor e aluno é o fator que mais favorece a aprendizagem e o bom desempenho, entre todos os demais elementos envolvidos - como condições de trabalho, tempo que os pais passam com os filhos, número de alunos por classe etc.
Pois nós professores buscamos identificar e trabalhar interesses, acreditando que todos podem progredir.
Construir essa relação pode demorar, mas garanto que jamais será perda de tempo.
Temos que como acolher o alunado.

Acredito que o caminho mais eficaz para combater a violência na escola é a integração com a comunidade, que passa a respeitar o papel social da escola (ensinar) e a reconhecer que aquele espaço é de todos e passe a ser parceira do bairro e das famílias.
A aproximação (que já esta começando) que é o diálogo com os pais. Envolvê-los no acompanhamento da aprendizagem, dos êxitos e das dificuldades dos filhos ajuda a romper o empurra-empurra sobre a responsabilidade pelo sucesso (ou o fracasso) escolar. 
Graziella / Português
Minha concepção de violência é todo o ato utilizado para impor ou mesmo desrespeitar os direitos dos outros, sendo estes, colegas de trabalho, familiares, amigos ou alunos.
Vejo que nos perdemos quando esquecemos o sentido da palavra “educação”, palavra esta que é à base de nosso trabalho. Se nós, que somos educadores não ficarmos atento ao significado dessa palavra e buscarmos vivenciá-la a todo instante em nosso ambiente de trabalho, nossa função basicamente deixa de ser.

Basta olharmos um pouco mais para a maneira como nossos alunos se tratam em sala ou no pátio da escola. Alguns deles deixam explícitos que dentro de suas casas faltam “educação e respeito” uns para com os outros. Tudo o que eles sofrem, inadvertidamente, eles repassam em ambiente escolar, e cabe a nós, por mais difícil que pareça, mostrar-lhes que existem outros exemplos mais produtivos a serem seguidos.
Quando me deparo com atitudes agressivas dos alunos, geralmente chamo as partes para conversar e explico que existem formas mais racionais para resolverem os problemas, sem o uso de violência e explico também, que devemos tratar as pessoas da maneira como gostaríamos de ser tratados. Geralmente esse discurso resolve, ou pelo menos os fazem refletir. Porém, quando a violência é física, separo as partes e encaminho ao pedagógico para as devidas providências. Fico contente em dizer que, na minha aula, tive um caso de violência física.
Acredito que nós influenciamos os alunos tanto quanto seus responsáveis. Como? Através de nossa postura. Posso citar como exemplo o palavrão. Quando inicio o ano com minhas turmas, explico que eu não gosto de palavras de baixo calão. Como eu não falo, também não quero ouvir. Portanto, toda vez que ouço um palavrão, chamo a atenção do aluno. A turma começa a ficar atenta e, quando um aluno escorrega, eles mesmos cobram desse aluno. Acho isso bem bacana.
Acredito que podemos reduzir ainda mais o índice de violência na escola, procurando conscientizar as famílias sobre seu papel na formação de seus filhos através do exemplo e olhando positivamente para nossos adolescentes. Sei que é difícil, mas não podemos desistir.
Everson / Meio Ambiente
Com base nos artigos lidos e no que estamos vivenciando em nosso dia-a-dia, percebemos que a violência em pauta não se trata de um fato da era moderna, sabemos que ao longo da formação da civilização sempre se formaram frentes contrárias ao que poderíamos de chamar paz aos nossos semelhantes. O ser humano sempre atento para práticas consumistas, repressoras, que menospreza o real motivo de nossa existência que é o de viver e viver bem.
Observamos que em todas as culturas algum tipo de disputa abre precedentes para atos de violência, então o que temos na sociedade hoje simplesmente é a evolução disto, ainda aumentada pela vida moderna em que estamos inseridos. Famílias sem regras, sem participação, sem amor, sem doação, com egoísmo em pauta, soberba, depreciação, abuso, discriminação, ou seja, tudo o que leva a deploração do ser.
Isto, observamos não só na escola, ocorre em todos os locais em que estamos, seja no transito, na fila do banco, do supermercado, na vaga para estacionar, até na igreja, observamos que o ser dito humano, esta cada dia mais e mais longe da prática do que o sua própria descrição o diz.
Somos mediadores com relação aos nossos alunos, mas de conhecimento. Estão a atribuir responsabilidades que não são nossas.
Ajudamos, construímos conceitos, até mediamos muitos problemas seja na sala ou fora dela, mas os problemas de violência na sociedade possuem endereço e responsáveis, que nada mais é do que a sociedade como um todo, principalmente dentro de nossos lares, onde sempre julgamos estar fazendo o nosso trabalho de construção bem feito.
O ser humano sempre “achando” sua perfeição, que os seus atos são os corretos e não os do outro, e ai então o caos se instala.
Vilmar / Administração
Minha concepção pessoal sobre Violência é que ela existe de várias maneiras, física, por palavras e atitudes, falta de respeito.
Falta de respeito, vejo e ouço, colegas me relatarem acontecimentos que o corpo discente faz contra o corpo docente, essa é uma grande violência que eu considero.
Pedagogicamente é de tentar que não aconteça a dita violência, mas não somos robôs, somos pessoas, com sentimentos e quando nos deparamos com uma situação de violência, tendemos a tomar atitudes de compaixão.
Ao meu ponto de vista, bem pouco, porque dizer nada seria uma mentira, pois a violência e outros problemas que enfrentamos hoje nas escolas, vêm (e ninguém muda minha opinião a esse respeito), vem de dentro das famílias, infelizmente.
Sim. Como? Boa pergunta, mas tentando trazer a família pra dentro da escola (isso na minha opinião nossa escola já faz e muito bem), fazendo com que elas percebam que sua função, papel, sendo guia para seus filhos, assim ajudando a escola na sua função.
Josiane / Informática
A violência a meu ver seria o fato de estar privando alguém de seus direitos ou seja desrespeitando o próximo, existe um ditado que diz “meu direito acaba onde começa o do outro” estar atento ao direito do próximo e respeitar seria o conceito básico para um bom convívio em sociedade, no entanto o que prevalece em nossa sociedade são o egoísmo e o individualismo, “cada um por si e Deus por todos”, seria a frase predominante.
Exemplo disso seria nosso convívio escolar podemos observar alunos cada vez mais violentos para com seus colegas, sendo com brincadeiras de mau gosto, ou até mesmo partindo para agressão física e muitas vezes por motivos banais. Além do fato de não haver mais respeito para com o professor, praticando contra os mesmos a violência verbal, caso que pode evoluir a violência física.
Muitas das vezes em que pude estar presente nesses momentos de violência, foi através da conversa que consegui amenizar a situação, isso quanto à violência verbal, pois quando se tratava de violência física, tive de recorrer a ajuda de colegas e pedagogos, pois sozinha fica difícil de separar os alunos agressores.
O professor pode se transformar em um espelho na sala de aula, pois se tiver atitudes agressivas pode criar alunos que irão refletir esse comportamento com seus colegas e professores, claro que muitos alunos também podem estar refletindo atitudes trazidas do convívio familiar, e nesses casos fica mais difícil estar intervindo.
Amenizar e até reduzir os índices de violência pode começar através da união de escola e comunidade, estar atento aos problemas dos alunos e encaminhar a possíveis tratamentos em caso de necessidade, o que já é feito por nossa escola e deve continuar, a violência pode ser vista como uma doença da nossa sociedade que pode até não ser erradicada, mas se tratada causa menos danos.
Silvana / Matemática
1) Violência em minha concepção é toda ação e omissão que tem a intenção de agredir fisicamente ou moralmente alguém.
Percebo que no nosso dia a dia, a falta de respeito gera violência como: agressões físicas e verbais entre alunos, depredação ao patrimônio público e a agressões verbais de alguns alunos com professores.
Minha ação é interferir imediatamente, fazendo o encaminhamento para equipe pedagógica, solicitando a presença dos pais e responsáveis para que possam juntos solucionar os problemas.
Nos dias de hoje, muitos de nossos adolescentes, convivem mais tempo na presença de adultos na escola, do que em suas casas, tendo como referência o professor .Ser um bom exemplo, ser ético, profissional, responsável e comprometido com o nosso trabalho(ALUNOS),tenho certeza que faremos a diferença na formação de nossos jovens.
Sim, eu percebo que na nossa escola já existe uma redução significativa da violência, devido o trabalho integrado e intensivo, que vem sendo realizado, com professores, equipe pedagógica, Direção e a presença de pais na escola. Com certeza o papel da família é fundamental , mas atualmente, algumas não estão conseguindo acompanhar o desenvolvimento de seus filhos, não impondo respeito, limites e valores, ou seja “tudo pode”,e ainda repassando essa responsabilidade para a escola.
Marcia / Pedagoga
A minha concepção de violência é toda e qualquer ação que o indivíduo exerça sobre outro indivìduo com má fé (falta de respeito).
Na escola percebo entre os alunos a violência verbal, física, emocional, contra o patrimônio e violência domésticica, é isso mesmo, nos deparamos com alunos que são agredidos pelos pais e muitas vezes ficam no anonimato, mas quando se sentem seguros acabam nos procurando e relatando as situações vividas.
A minha ação depende da situação, pois há momentos em que resolvemos com as partes envolvidas onde as mesmas se retratam (os pais são comunicados via telefone), pois tem os casos em que convocamos a família/responsável para comparecer ao colégio, pois quando há violência do patrimônio convocamos a familia e as mesmas assinam um termo se responsabilizando pelo ressarcimento do dano e nos casos de violência doméstica eu ouço o aluno atentamente e faço as devidas orientações com muita cautela.
Todos somos sabedores que o professor tem uma responsabilidade muito grande na sua função, pois são modelos para uma grande parte dos nossos alunos. Portanto, o comportamento do professor em sala de aula pode interferir positivamente ou negativamente para o comportamento do aluno.
Vejo possibilidades sim em diminuir a violência, articulando a rede interna e externa com toda comunidade.
Devemos nos lembrar sempre, não é fazermos a função da família, mas fazermos a nossa função de educadores e nunca desistirmos.

Alex / Pedagogo
A violência é uma forma de agressividade. E agressividade, é um amplo campo de estudos da Psicologia, havendo vários explicações, sendo uma delas de que o comportamento humano possui esquemas defensivos de resposta (e portanto agressivos). A violência seria a ação que não é exatamente uma resposta, mas um ataque. Isso quer dizer uma agressividade sem nenhum sentido.
Conflitos são normais num conjunto de pessoas, porém, quando mal gerenciados geram situações agressivas e violentas.
Percebo no dia a dia de nossa escola atitudes extremamente agressivas e ofensivas de alunos. Isto gera mal estar, tristeza e desânimo. Lidar com situações de conflito o tempo todo é algo muito desgastante e percebo que vai tirando aquele gás para resolver. No entanto, a presença de famílias interessadas, professores compromissados e alunos motivados gera a esperança e traz de novo o gás e a força para estabelecer as redes de ajuda.
Não se trata de tarefa simples. Como diretor auxiliar, articular a rede de apoio de Conselho Tutelar, Posto de Saúde, CREAS, Patrulha Escolar e Família é algo bastante trabalhoso. Porém, a parceria forte que buscamos articular, especialmente com as famílias, tem ajudado muito a reduzir os eventos violentes e agressivos. Cito isso porque, toda vez que convocamos famílias para comparecer, de pronto costumam responder.
Eliminar completamente a violência não é uma meta, pois respostas com agressão é inerente ao ser humano e os alunos imitam (mesmo inconscientes) as amostras sociais veiculadas pela mídia. Porém, mediar os conflitos, acionar a família e conscientizar os alunos auxilia, e muito, na restauração da paz.
Fico extremamente satisfeito em perceber nas análises dos colegas o trabalho que cada um constrói para reduzir a falta de respeito dos alunos e a tentativa de construir um espaço que seja de paz.

Cada um fazendo a sua parte, de modo persistente e sério, certamente melhoraremos mais e mais nosso ambiente de trabalho.
Mariane / Geografia
A violência é como um “LEÃO”, temos que vencê-la todos os dias. Não sabemos quais tipos de violências vamos ter lidar diariamente, pois não se prevê o estado emocional do aluno.
Fato é que está presente em todas as formas como física, simbólica e patrimonial. A forma mais presente em sala é a verbal, e se não há intermediações pelo professor e equipe pedagógica resulta em violência física.
Trabalhar informações extras como violência, drogas e entre outras mazelas sociais, retira o tempo para trabalhar o conteúdo proposto.
O professor tem que ensinar, transmitir e despertar o conhecimento e não educar, pois isto é função da família. Penso que o Estado tem por obrigação habilitar profissionais específicos para trabalhar estes problemas na escola, pessoas capacitadas e que sua única função seja com estes alunos “órfãos” e família.
Vemos claramente que quando a família é estruturada resulta em alunos equilibrados e preparados para lidar com situações adversas e mais comprometidos com seus estudos.
Ana Lucia / Arte
Problemas exitem e ninguém, aluno ou professor deve descontar em ninguém, e se isto acontecer, deve-se ter a decência de saber se desculpar com o outro, e reconhecer o erro, pois é humano não é mesmo? Mas se deve cuidar para que isso não se torne uma prática rotineira.
Em nossa escola a maior forma de violência que percebo e a falta de respeito ao próximo, a falta de humildade, a maioria quer ser um melhor que o outro e isso faz com que haja inimizades, embora são pocas mais a agressão corporal existe, o descaso com professores, funcionários, pedagogos e até direção.
Quando percebo que alguém está sendo violento a ponto de se pegar eu interfiro chamo a atenção e encaminho à pedagogia para que sejam acalmado os ânimos, mas normalmente eu converso com os envolvidos e tudo se resolve. Para outras formas, como pichar, peço para limpar, agressões verbais entre colegas mesmo que não sejam meus alunos eu chamo a atenção para que percebam que o que estão fazendo não é do bem, mas por muitas vezes falamos várias vezes e os resultados não acontecem, assim sendo testamos todos os dias os nossos limites e bom senso para manter a ordem.
Procuro não perder a paciência, pois acredito que não valerá a pena, temos que dar o exemplo como vimos no vídeo isto é real, somos adultos e conscientes de nossas atitudes eu procuro tratar todos com igualdade e com carinho, procuro conversar com o aluno que muda suas atitudes repentinamente e se eu puder ajudar orientando-o ou encaminhando o mesmo para quem possa possivelmente dar-lhe uma maior orientação o faço.
Para enfrentarmos estes problemas podemos trabalhar com assuntos que fazem parte do nosso cotidiano como reportagens, propagandas, frases que estimulem a autoestima, debates, palestras, dramatizações com o tema sugerindo soluções pelos alunos, a família deve assumir a responsabilidade de cuidar, zelar, dar amor e carinho, acompanhar seus filhos no seu desenvolvimento também educacional, estar presente para que se filho se sinta protegido .
Dirlene / Química
No meu ver a violência inicia-se desde o pensamento e por muitas vezes se torna uma ação negativa perante o outro ou a si mesmo. Nem sempre quem pratica as diversas formas de violência tem noção de que uma atitude indevida pode causar,hoje percebe-se muito isto nas redes sociais.
Na escola enfrentamos muitas vezes essa situação, a falta de respeito com o professor, uso de palavrões, calúnias contra o professor, bagunças. Frutos da ausência do amor, diálogo e compreensão dos pais, abandono, violências contra eles. Outras situações também acontecem como a má companhia e o uso de drogas.
Situações que são amenizadas através do diálogo entre aluno, professor e equipe pedagógica.
A sociedade vive um sério problema atualmente, a violência, presente nas famílias, escolas, ruas e vários lugares. Todos sofrem com esse mal.


Filomena / Matemática
Na minha concepção violência é tudo o que fere o direito do outro em todos os aspectos e em todos os lugares. Não é só na escola que presenciamos a violência, também na sociedade que se tornou em muitos aspectos permissiva e como vimos pelos textos não só no nosso país, mas em todos os lugares do planeta.
Em nossa escola após tantos anos, o que posso falar do que presenciei é que a violência existe, mas mais entre os alunos na questão de brigas seja física ou através de palavras e também quando não há respeito pelo professor, a violência verbal que às vezes se torna mais dolorida que a física.
Ainda considero a conscientização através do diálogo a única forma que temos a nosso favor. Tento trabalhar a questão do respeito ao outro, os valores que devem ter sido trazidos de casa, isto é da família.
Tenho certeza que o comportamento do professor interfere na relação aluno-professor e temos visto alguns casos.
Não é fácil reduzir os índices de violência. Atualmente é uma tarefa árdua, pois muitas vezes não se tem apoio da família e por não dizer dos órgãos competentes. Na atual situação como amenizar a violência só através da conscientização e da maior participação da família, porque a violência é um reflexo da sociedade.
Jorge / Informática
Toda norma violada entende-se como uma transgressão da ordem e das regras da vida em sociedade. É o atentado direto, físico contra a pessoa cuja vida, saúde e integridade física ou liberdade individual são violados desrespeitando os direitos dos outros.
A mais comum de todas é a agressão verbal, no qual os alunos adotam de forma passiva no seu vocabulário, entendendo-se como “normal” estes palavreados. Este tipo de comunicação negativa, muitas vezes leva à agressões físicas pela não compreensão de uma comunicação adequada.
As atitudes negativas devem ser reprendidas com cautela, para evitar atritos desnecessários e desviantes na relação existentes no meio de ensino. Deve-se levar o aluno a refletir pelos seus atos negativos e orientando-o com exemplos positivos mostrando a realidade e importância para uma sociedade a qual ele futuramente será responsável de construí-la.
A interferência negativa se dá pelo prof., quando age com atitudes equivocadas e cientes , muitas vezes se repetindo no ambiente escolar, pois os alunos de imediato percebem. A influência positiva são os atos que menos são percebidos pelos alunos, mas os que mais devem ser reforçados e repetidos ao longo do ensino.
Há possibilidades de reduzir índices de violência em nossa escola? Como? Qual o papel da família?
A possibilidade sempre existe, porém é tediosa, pois muito se fala, pouco se faz, e o pouco se faz, às vezes leva um bom tempo para surtir efeito e trazendo pouco resultado. Essa construção é longa e deve ser persistente, tentando envolver o máximo de circunstâncias que estão diretamente ou indiretamente ligadas no âmbito escolar, envolvendo o aluno.
Angélica / Matemática
Violência é todo ato de agressão imposto a outra pessoa, seja verbal ,física ou psicológica.
Infelizmente a violência é um grande problema na atualidade que vivemos, ela está em todas as áreas ,ambientes e níveis da sociedade.
Quais são as atitudes violentas que você percebe na rotina de nossa escola?
A falta de respeito e a agressão verbal são os pontos principais ,pois normalmente é a partir delas que se instauram outros tipos de violência (a física ,prática de bullying,a depredação do patrimônio etc.)

Primeiramente tentar contornar a situação usando o diálogo e uma conversa de conscientização, pois os alunos agem de forma impulsiva e imatura. É preciso ser ponderado e ao mesmo tempo firme ,pois é de responsabilidade do professor manter o bom ambiente em sala e contornar as situações tensas.
Essa é uma relação complexa.Com certeza o comportamento do professor é fundamental na dinâmica da sala de aula , mas o ambiente escolar é um trabalho que depende dos dois lados envolvidos: os alunos e os professores.O papel e as obrigações do professor são bem definidos e há a necessidade do aluno também cumprir o seu papel e suas obrigações.
Sim, sempre há possibilidades. Mas há a necessidade que os PAIS assumam uma responsabilidade maior e real na educação de seus filhos .Acho que está havendo uma grande lacuna nas obrigações, parece que outras prioridades estão sendo colocadas acima dos verdadeiros valores que os pais deveriam dar aos filhos.
Cassio / Ed. Física
A violência é qualquer tipo de privação dos direitos do outro ou contra si mesmo.
Na Escola a violência aparece de várias formas, muitas delas são reflexo da sociedade em que vivemos. O bullying é uma das formas de violência que vem sendo combatida principalmente nos últimos anos e é alvo de debates, pesquisas e ações preventivas.
Em nosso Colégio fico perplexo ao ver no registro das câmeras cenas de destruição do patrimônio, como aconteceu com alunos de 6° ao 9°ano, destruindo uma mesa de Ping pong. Alguns pais vendo a ação de vandalismo de seus filhos ainda tentam justificar o injustificável e dão força para situações que se agravarão cada vez mais. Educação começa em casa, continua na escola e na vida.
O que observo e fico muito preocupado é a banalização da violência com brigas onde alunos chegam a filmar e divulgar na internet, principalmente nas redes sociais e destas muitas delas envolvendo meninas.
Acredito que por mais que os professores, funcionários, direção se esforcem com projetos e medidas preventivas, apenas vamos ter melhores resultados quando as leis forem mais rápidas e eficientes contra aqueles que praticam a violência, inclusive perdendo o direito a Escola Pública e gratuita caso não se submeta as regras de convivência nela estabelecidos.
Fabíola / Pedagoga
Na minha concepção violência é todo ato de desrespeito contra uma outra pessoa, seja desrespeito verbal, gestual ou com atitudes impensadas.
Vejo um grande número de violência não formal, como “responder professores”, discussões com colegas, falta de respeito com professores e colegas, entre outros. Mas isso cabe a família a conscientizar cada filho a tomar atitudes corretas e pensantes para que possam ser cidadãos educados e com atitudes que respeitem a integridade do próximo.
Entre outros trabalhos de conscientização e dinâmicas de respeito mútuo, onde isso se torne uma medida de influência e atitude dos alunos perante seus colegas, professores e funcionários.
Em nossa escola não vejo um número grande de violência grave, tipo agressão e vandalismo e bullying, mas ainda podemos fazer trabalhos de conscientização para prevenir e organizar ainda mais nossa escola, como por exemplo, palestras para os alunos mostrando como era nossa escola antigamente onde não era tão bem conservada e como ela está conservada, bonita e organizada.
Teremos uma escola mais digna e socialmente democrática onde todos se respeitem e reduza ainda mais os índices de violência que nela existam.
E a escola cabe fortalecer essa educação que deveria sair dos princípios familiares.
Vera / Biologia
A violência é um problema social e presente em nossas escolas, no mundo com a violência estampada nas ruas, em casa, na mídia e outros, nos levam perder a credibilidade em uma sociedade justa e pacífica.
O que percebo em sala de aula, a violência maior é a falta de respeito com professores e entre os próprios alunos; também a violência que muitas vezes os alunos cometem a si mesmos e nem percebem é quando ficam felizes com aulas vagas, quando não querem aprender determinados conteúdos ou vêm para a aula para colocar o “papo” em dia.
A escola incorpora e reflete os aspectos da sociedade.
Mais do que nunca nossas ações como educadores devem ser de respeito, educação e integração com todos os envolvidos no processo educativo.
De forma organizada buscar estratégias para superarmos a violência em todos os seus âmbitos.
Marta / Português
Na minha concepção violência é a transgressão às normas que norteiam a nossa sociedade(chavão? Pode ser, porém é o que aprendemos e tentamos seguir), como mostra o vídeo o papel principal é sempre de um adulto, sendo imitado por uma criança.
Já presenciei agressões físicas e verbais em nosso colégio, no entanto, sabemos que por trás de todas as reações, exstem fatos, razões, muitas vezes escondidas dentro dos núcleos familiares e prontas para que com a primeira fagulha explodam, chamuscando todos que estiverem em volta, pois naquele momento, o importante é pôr para fora, desabafar. Li um comentário de uma família que relembrou o nosso ditado popular: “educação vem de berço”, isso quer dizer que temos famílias preocupadas, conscientes, que conversam, resolvem ou pelo menos tentam resolver seus problemas, o que para nós é muito bom, porque facilitam a nossa convivência diária com seus filhos.
Não sou hipócrita, sou mãe e professora, tenho minhas falhas, sou humana, passível de erros e acertos, todavia sempre que errei pedi desculpas, foram aceitas e seguimos em frente.

Também já recebi alguns pedidos de desculpas e eles sabem que podem contar com o meu apoio, desde que sintonizem a minha palavra-chave: sinceridade.
O Zardo está no caminho certo, teorias? Exstem várias. Práticas? Existe o Zardo. Participei de três ou mais situações que comprovam o que estou relatando.
Elias / Física
Violência são todas as ações que machucam as pessoas de alguma forma, sendo com palavras, agressões e injustiças sociais.
Achei interessante, pois o mesmo apoia a ênfase nos conteúdos o que parece estar meio fora de moda ultimamente, sendo que a escola atual parece mais um parque de diversões, aonde os alunos vão para passar o tempo e se divertir e o professor faz o papel de palhaço, pois tem que fazer malabarismos para conservar o aluno em sala de aula, evitar a evasão, prender a atenção do aluno, encontrar novas formas de dar aula, etc. Tudo para divertir o cliente.
Podemos perceber violências físicas, como brigas e brincadeiras brutas. Violência contra o patrimônio público, violência moral, como desrespeito aos colegas e aos professores.
Podemos fazer pouco a respeito da violência, pois não temos autoridade para tal e pelo visto ninguém tem, mas o que podemos fazer é: chamar a atenção dos mesmos para que se comportem e quando o objetivo não é atingido, temos que pedir ajuda aos pedagogos .
Creio que o comportamento do professor seve de exemplo para alguns alunos, mas na sociedade brasileira o mau exemplo é dominante , tanto o de “autoridades” como o de pessoas comum. Portanto nossa influência é pequena.
Possibilidade há, mas todas envolvem aplicação de recursos aos quais a escola não tem muito acesso , poderia aumentar o número de câmeras de vigilância, colocação de inspetores, etc. Cabe a família educar seus filhos para que os mesmos não sejam violentos.
Simone / Pedagoga
Violência para mim é simplesmente causar mal a alguém, seja ele físico, verbal, seja ele do tipo que for, ou seja a prática do mal.
Seria isso muito sentimentalismo?!
Penso que, realmente é isso. Pois a falta de bons sentimentos e valores humanos entre nós, ou como é mais comum ouvirmos falar, "a sociedade", porém sempre esquecendo de se incluir. O que não deixa de ser irônico, sendo que a INCLUSÃO está em alta não é mesmo? Enfim, essa falta, define muito bem a violência que se constrói no dia a dia de nossas escolas.
As atitudes de violência na escola vão desde a falta de autoestima dos alunos, até os tapas e chutes entre colegas.
A ação chave seria combater todo tipo de violência com o simples bom exemplo, que na realidade não vem sendo tão simples assim, algumas vezes até mesmo complicado. Porém, jamais impossível.O bom exemplo é fundamental para embasar qualquer proposta de PACIFICAÇÃO no ambiente da educação.
As possibilidades de conduzirmos a redução dos índices de violência, devem ocupar nossas mentes de educadores, pois embora não dependam apenas de nossas atitudes, encontram nestas muito potencial de vitória.
O que exige no entanto, o encontro de um CONSENSO DE AÇÃO no grupo de cada escola. Deixando de lado o individualismo, para pensar e agir no coletivo. Todos tem ótimas ideias, mas sempre existe entre estas, a mais adequada a cada situação, e ambiente.
A partir de um trabalho docente efetivamente em consenso, aí então teremos um novo percurso a galgar, o consenso familiar.
E AÍ VAMOS NÓS!

Michele / Pedagoga
é difícil elencar e até mesmo conceituar um único tipo de violência. Comumente temos o senso comum de associá-la a questões de ordem física e corporal, que deixariam marcas visíveis. A meu ver, a maior violência é a simbólica, que perpassa invisivelmente e está presente nas ações da escola, na relação professor e aluno, isto é, na gestão escolar como um todo.
Numa sociedade do fetiche, do prazer imediato, em que o professor muitas vezes pode ser o agressor e a vítima da ação violenta, realmente é muito difícil estabelecer quais atitudes seriam mais acertadas diante deste complexo fato. Primeiramente, temos que ter em mente e aceitar, que a violência está presente no universo escolar, de forma contraditória e muitas vezes invisível. Aceitá-la seria a primeira atitude. Segundo, combatê-la com saber e deixando claro que a função da escola, para além de reprodutora social, é primordialmente de construção do conhecimento, por meio do ensino e aprendizagem.
O comportamento do professor e dos alunos são influenciáveis devido à relação e interação existentes ao ato de ensino e aprendizagem. Quando um professor entra numa sala indisciplinada e ou se depara com alunos apáticos, desinteressados, numa apologia do prazer social, tendo disponível fácil tecnologia do celular, por exemplo, pode reagir de diversas maneiras: simplesmente seguir o seu planejamento e ser omisso a situação; pode agir com violência simbólica com os alunos, os pressionando a desligar o aparelho, a prestar a atenção, com gritos ou falando da nota das provas; e ainda, tentar interferir no fato pela conscientização, pela retomada dos valores morais, pelo diálogo e interação com a turma, criando o vínculo entre professor e aluno.
Sem dúvida, este terceiro ponto, não é um trabalho fácil e deve ser contínuo, da busca do professor pelo respeito dos alunos, pela conscientização da importância significativa de aprender determinado conteúdo e pela sensibilidade do olhar que tal profissional acaba dispensando aos discentes.
A família passa a ajudar a escola quando estabelece o diálogo com o filho e o acompanhando em sua trajetória escolar, dando apoio e fazendo cobranças para o bom aproveitamento escolar do mesmo.
Damasceno / História
Violência a meu ver é expor, invadir o espaço alheio, não respeitar o direito do outro, não ser ético na profissão, denegrir a imagem de alguém e tantas outras manifestações corriqueiras, que de tão corriqueiras já passam despercebidas (o caso da visita técnica de ontem é um exemplo).
Na escola ocorrem muitas situações de violência. Alunos ríspidos com colegas e cada vez mais com professores, funcionários, pedagogos e até diretores (já ocorreu comigo).
Professores também podem protagonizar situações de violência em relação aos alunos: fugir da responsabilidade, não agir, não acatar orientações, omitir-se diante de situações...diretores também podem incorrer em situações de violência sendo truculentos e incompreensíveis com os demais integrantes da comunidade escolar.
O profissional sério, comprometido, que tem postura compatível a sua função e responsabilidades deve, em primeiro plano, não incorrer em tais erros e se ocorrer alguma situação que o envolva ou envolva alguém sob sua responsabilidade agir firmemente, desempenhando seu papel de orientar, exortar e até punir regimentalmente, se necessário.
A sociedade moderna é pródiga em propiciar tais fatores. Penso e me preocupo a bastante tempo com a questão do nivelamento abordada no segundo texto. É uma preocupação constante para nós educadores ver a educação decair e os níveis de exigência baixarem cada vez mais, prejudicando os alunos comprometidos e responsáveis, conforme força à “mediocrização” das aulas e práticas, visando, conforme se lê no texto, promover a inclusão, o entendimento e o alcance dos objetivos por todos (índices de aprovação).
Tatiana / Física
O grande problema é que a violência tem se tornado grande e de proporções inaceitáveis.
Brigas, agressões físicas, enfim, sempre existiram.

O que não existia antes e, que hoje tornou comum é que os jovens depredam a nossa escola, quebram os ventiladores, portas, vidros, enfim, tudo que é possível destruir, e isto também é uma forma de violência e não apenas brigas enter eles,são muitos os relatos de violência extrema no interior das escolas.
Os professores estão angustiados, com medo, nunca se sabe o que pode acontecer no cotidiano escolar, os pais, preocupados.
Não quero dizer com isso que antes não existia violência.
Por isso, a urgência de se tratar a violência na escola como um trabalho de equipe quanto ao que estamos fazendo hoje e para o futuro.
Para isso, é preciso diálogo e propor um novo projeto no qual o bem de todos esteja realmente em vista.
Vagna / Biologia
Atualmente é visível a manifestação da violência na sociedade, em um país que vive em pé de desigualdade extrema como o Brasil. O que se observa dentro das escolas é fruto dessa desigualdade, a qual, se fortalece com o desemprego, levando famílias a passar mais tempo do que o esperado longe de seus filhos. Gerando assim frouxidão das regras dos compromissos. Entretanto, na tentativa de justificar a ausência da família, dos progenitores a permissividade em tudo, tem formado indivíduos que só procuram saber de seus direitos. Quando se deparam com seus deveres, cobrança e compromissos se perdem na gestão dos mesmos e reagem de tal modo, com agressividade, com violência. De tanto permitir, perdeu-se a autoridade o respeito e o sentido do não. É fácil ver no ambiente escolar adolescentes cometendo deslizes que se caracterizam por agressões verbais, físicas, pichações, bulling e furtos, sem nenhuma causa aparente que justifique tais ações ou comportamentos.
No ambiente escolar são inúmeras as vezes que nós professores só entendemos o comportamento do aluno assim que conhecemos seus pais, muitas vezes a agressividade é visível deixando claro que não só os alunos são vitimas da violência, mas também suas famílias. O aluno, além de reproduzi-la, pode reagir através de uma mudança brusca de comportamento. Falta de atenção, baixa autoestima, variação de humor e agressividade são alguns sinais. Todavia, apesar da violência ocorrer dentro das escolas, não é gerada pela escola em si, mas por fatores externos, como famílias desestruturadas, drogas, conflitos sociais etc.
Dessa forma, se faz necessário identificar os tipos de violência sofridos pelo aluno, para melhor compreender seus reflexos no ambiente escolar. Se por um lado as formas aparentes da violência são de fácil percepção, por outro, são as psicológicas ocasionadas por ameaças, humilhações, intimidações, rejeição e desrespeito, nem sempre são percebidas e muitas vezes podem ser ainda mais graves. Fato este que acabam gerando acertos de diferenças no espaço escolar (brigas).
A escola busca participar da formação do aluno, trabalha para a conscientização da comunidade escolar e não escolar sobre as formas da violência e suas consequências na vida do indivíduo, (isso nossa escola já busca realizar com reuniões, conversas com pequenos grupos e individual, comunicados aos responsáveis etc...) bem como oferecer condições de análise quanto à influência dos inúmeros fatores de violência externos que refletem no comportamento dos alunos na vida escolar.
Desta maneira, fornecer subsídios para que os educadores identifiquem e busquem minimizar ou solucionar os mesmos, constituindo assim, outras pretensões.
João Braga / Filosofia
Penso que, quando se trata do tema "Violência", deveríamos oportunizar mais tempo, e de forma sistematizada, discutirmos outras vezes, com os nossos próprios educandos. Claro que a postura dos nossos dirigentes escolares, têm sido exemplar, mas a nossa Comunidade carece de mais reflexões.
Em nosso cotitdano, nos deparamos com atitudes violentas, o tempo todo. Creio que não são apenas o ambiente que refletem tal comportamento. São frutos de um comportamento gerado desde a (VIU), (vida intra uterina), onde fomos "castigados" pelas frustrações de nossos pais. Este é apenas um aspecto.
Penso que existe diferença entre tolerância e permissividade. A primeira, quase sempre praticada tanto por alunos quanto por professores. A segunda, somente professores. Ser tolerante, é uma atitude nobre, ser permissivo é uma prática condenada pela maioria dos educandos. Como diz o texto, há muitas causas da violência, o filme reforça que a atitude violênta das crianças é apenas a "sombra" refletida dos adultos.
Creio que é possível "universalizar" a paz , tornarmos "multiplicadores" de atitudes pacíficas, quando praticarmos com serenidade "atitudes que gerem a paz".
Para finalizar, a ideia utópica de que possamos ser "gerenciadores da Paz" é possível, quando nos conscientizarmos de que é preciso RIGOR no ato de educar, mas ao mesmo tempo, AMOR no ato de corrigir.
Marcos / Filosofia
É claro que, para entendermos as origens da violência, encontraremos inúmeras explicações e opiniões. Da desigualdade social até a tendência natural do ser humano para a agressividade.
Em se tratando de exemplos, fiica mais uma pergunta, os pais e professores sabem quem são as referências dos jovens? Com raras exceções, serão sempre pessoas com grande projeção na mídia, como cantores, atores, esportistas e modelos ou aquele elemento do seu grupo, que aparenta ter mais influência e força . Para isso é passado a todo momento, que eles só serão felizes se tiverem os “símbolos de sucesso” da atual sociedade pós moderna, carros, roupas, celulares, viagens e amor (passageiro, de ocasião e egoísta). Com certeza os pais e professores serão sempre os últimos a serem “imitados”.
Acredito que quando houver uma educação que não vise exclusivamente, entupir a mente dos jovens com conteúdos e mais conteúdos e se preocupe em primeiro lugar, de formar cidadãos responsáveis, teremos a possibilidade de reduzir a violência. Não esquecendo é claro, da coparticipação do família e do Estado.
Nenhuma ação pode surtir efeito se não houver prevenção e educação, não apenas por uma instituição em particular, mas englobar a família, a segurança pública e a escola.
Creio que as câmeras podem sim, ajudar a coibir a violência, mas se o indivíduo não desenvolver seu próprio senso moral, na primeira oportunidade, ele cometerá um delito. É claro que estamos falando de pessoas com uma má índole, ou seja, uma tendência de quebrar indiscriminadamente, regras e costumes sociais, que foram estabelecidas justamente para proteger a todos sem exceção.
Nós professores somos construtores de pontes. Pontes por onde circulam mentes que, ao adquirirem mais conhecimento, adquirem mais responsabilidade por si mesmos e por todos a sua volta.
O jovem precisa entender que, para que aja um mínimo de convivência é preciso haver um pacto ou contrato social, estabelecidos para que haja convivência e respeito mútuos. Se essas regras forem desrespeitadas, será necessário uma reparação e consequentemente, uma penalização.
É preciso que nasça uma nova escola, pois seu papel deve ser repensado, uma escola cidadã que forme pessoas de bem. Essas pessoas serão profissionais do futuro, com muito mais ética e respeito e possam exercer seus cargos com mais consciência.
Carmen / Inglês
Infelizmente o que percebemos atualmente é que a violência está tão presente no nosso cotidiano que se tornou "normal", banalizada.
O desrespeito entre os próprios alunos, com xingamentos e agressões físicas é para a maioria deles totalmente normal. A falta de sensibilidade, falta de companheirismo impera nas salas de aula. Só se percebe união na hora de encobrir atos errados cometidos por alunos que não são bons exemplos, digamos assim.
Um fato que me sensibilizou e demonstra a falta de respeito e violência simbólica, como denominado em um dos textos, foi a falta de solidariedade que percebi dentro de sala de aula,onde um aluno havia sofrido uma perda familiar irreparável, das piores que uma criança poderia sofrer... e logo quando voltou a frequentar as aulas além de não ver nenhum gesto de apoio dos colegas, o que vi foi o menino sendo xingado, criticado, simplesmente por ser um excelente aluno e fazer tudo certo.
É normal percebermos bons alunos sendo pressionados, mesmo que indiretamente, por outros a se sentirem "culpados" por serem corretos e esforçados, como se o normal fosse ser incorreto, irresponsável e desinteressado.
Os alunos, com exceções é claro, chegam de casa com maus exemplos, muitas vezes de familiares e de pessoas do seu convívio fora do ambiente escolar.
A escola apesar de ser uma fonte formadora de opinião, não consegue transformar caráter e modificar valores que já estão enraizados nas mentes dos alunos, então o resultado lamentavelmente é esse que vemos, o império do desrespeito.
Mario / Espanhol
A maioria dos nossos alunos são bons! Porém, têm medo de envolver-se, de tomar posições, compromissos que os levariam a ir contra a maré de indiferença, e assim impedir e acuar aqueles que querem delinqüir,
pichando, vendendo ou consumindo drogas, depredando o patrimônio escolar, ou enfrentando o(a) professor(a) quando este(a) cobra com mais firmeza as lições, os trabalhos ou posturas escolares.
Creio que estamos no caminho certo. Chamar as famílias, conversar com os estudantes, colocar frases motivacionais nos murais das salas, debater sobre os conflitos e as crises e a colocação das câmeras para inibir algumas coisas, tenho certeza que estão produzindo seus frutos.
Se a sociedade está em crise de valores, a família também está. Nossas escolas apenas são um pobre reflexo de todo este caleidoscópio.
Falta motivar os bons alunos, os bons professores, os bons funcionários, toda gente boa, a descruzar os braços!
Marilise / Arte
Será que os casos de violência nas escolas aumentou nas últimas décadas ou ela sempre existiu e agora está mais em pauta? Uma coisa é certa, não é na escola que a violência nasce. E também não é a escola que vai acabar com a violência das ruas...Ela nasce em casa, nas ruas, nos clubes, no trânsito etc etc.. Ela também não vai acabar na escola.

A desagregação social, a exclusão, as drogas, o abandono familiar, a liberdade desassitida, a falta de perspectiva no futuro, estão tornando as pessoas e os alunos violentos demais. A própria sociedade está mais violenta. Hoje mata-se por qualquer coisa e há uma certa banalização da vida, grande parte por culpa da mídia que nos bombardeiam com casos extremos a todo instante, e de maneira sensacionalista.
A escola até tenta fazer com que os alunos sejam menos violentos, mas fracassa porque o papel da escola é outro,no meu entender.
Dentro de sala de aula, podemos perceber que todos falam ao mesmo tempo! é difícil estabelecer um diálogo numa aula normal em que quando um fala, os outros prestem a atenção e esperem sua vez para falar. E seria justamente por aí que deveríamos iniciar, pelo respeito ao outro quando este está falando. Pelo diálogo. Mas isso é utopico.
É claro que os professores devem sempre ter em mente que certas atitudes( uma repreensão, uma chamada de atenção, uma cobrança mais contundente, um grito por silêncio depois de perder a paciência) podem gerar ( um tipo) de violência, mas são momentos que fazem parte e certamente não tornarão mais ou menos violentos os alunos que já o são. Existem turmas incontroláveis que só te ouvem se você der uma basta ( bem sonoro) pra depois começar a falar(com calma).
Vivemos numa complexidade de valores( Edgar Morin), atitudes, opiniões que fazem com que pensemos até em questionar até que ponto a violência não vem da própria família... repetimos sem cessar que a falta de família estruturada faz com que um indivíduo, dentre outras coisas, torne-se mais violento. Mas não podemos descartar a hipótese de que às vezes a violência vem do seio da própria família. Não estamos lá o tempo todo pra saber qual núcleo familiar é violento ou não. E às vezes o aluno mora somente com uma avó ou uma tia ( não é uma família nuclear) e não é violento, ou não tem atitudes violentas, não te desrespeita.
Margarete / Química

Sou contra a permissividade, o "trabalhinho" para o aluno que faltou e não se interessou pela sua frequência às aulas.
O sistema é permissivo, nós permitimos a "frouxidão e permissividade".
Compactuamos com a mediocridade do ensino. Então, quando uma estagiária injeta café com leite ao invés de medicamentos, nos horrorizamos. Este é o resultado final da permissividade, do nivelamento "por baixo".


Sabe-se que a violência escolar tem numerosas causas e consequências e analisar tais questões contribui para conhecer e interrogar ainda mais, buscando alternativas de ação no cotidiano da escola. Como se pode perceber, a construção de uma visão crítica sobre o fenômeno da violência mostra-se fundamental, na medida em que permeia todas as relações sociais, em que são profundamente afetados os membros da comunidade escolar, como, por exemplo, alunos, professores, diretores e pais.
A violência no cotidiano da escola associar-se-ia, segundo Debarbieux (apud ABRAMOVAY, 2002), a três dimensões sócio organizacionais distintas:

1. Degradação no ambiente escolar
Manifesta-se quando há grande dificuldade de gestão da escola, resultando em estruturas deficientes.
2. Violência de fora para dentro da escola
Manifesta-se por intermédio da penetração das gangues, do tráfico de drogas e da visibilidade crescente da exclusão social na comunidade escolar.
3. Componente interno da escola
Manifesta-se quando as relações que ocorrem dentro da escola contribuem para ações destrutivas e discriminatórias.

Há escolas que, historicamente, têm-se mostrado violentas e outras que passam por situações de violência. É possível observar a presença de escolas seguras em bairros ou áreas reconhecidamente violentas, e vice-versa, sugerindo que não há determinismos nem fatalidades, mesmo em períodos e áreas caracterizadas por exclusões, o que garante que ações ou reações localizadas sejam possíveis.
O Colégio Zardo situa-se em região que vem se mostrando mais violenta nos últimos anos, porém, por iniciativa da Direção e Equipe Escolar, as ações implementadas no interior da escola vem resultando em melhorias no espaço físico e nos ajustes nas relações do cotidiano. Com isso, alguns índices de depredação, pichação, destruição do patrimônio e, mesmo, de desrespeito e brigas diminuíram. Porém, ainda aparecem situações graves desses problemas.
As medidas contra as violências na escola, de acordo com Abromovay (2000) partem de três premissas gerais:

1. Realizar diagnósticos e pesquisas para conhecer o fenômeno em sua concretude
            2. Legitimação pelos atores/sujeitos envolvidos, o que pressupõe a participação da comunidade escolar
              3. Fazer um monitoramento permanente das ações na escola




Tem-se, também, como premissa que, cada vez mais, a prevenção e erradicação das violências na escola exigem relacionar conhecimento sensível, ético, valorização do jovem, criação de um clima agradável e participativo, com conhecimento especializado e transdisciplinar, bem como análises sobre segurança pública, segurança escolar.
Esse Fórum, certamente, contribuiu para melhor conhecimento do assunto e possibilitou que os professores se sentissem mais incluídos num coletivo de discussão, e não sozinho no enfrentamento da séria questão que é a Violência.

4. Considerações finais

Atualmente, são grandes os desafios que os professores encontram no cotidiano da escola, sendo a Violência um deles. Questões de cunho familiar e social entram na escola e, muitas vezes tomam conta do tempo e das ações que nela se concretizam.
Ante a isso, compreende-se que quando a escola é organizada, bem cuidada, com regras claras de comportamento, com segurança no seu exterior e interior, onde existe um clima de entendimento, valorização dos alunos e dos professores, diálogo, sentimento de pertencimento e poder de negociação entre os diferentes atores, existe então possibilidades para mudar situações críticas. Assim como cultivar os vínculos com a comunidade e ainda contar com a participação ativa dos pais dos alunos pode tornar a escola um espaço mais seguro e novamente respeitado na sociedade.
Construir uma unidade em prol da melhoria da Instituição, como o engajamento dos professores, é uma ótima alternativa para compreender problemáticas sociais como a Violência e, com isso, impedir que se instale e transforme negativamente o espaço educativo da escola.
Estudar e analisar o problema, por meio de uma reflexão crítica, de modo coletivo, é uma ação na qual os docentes podem se debruçar e, a partir disso, buscar soluções viáveis e implementar ações pedagógicas que construam um ambiente saudável e possível.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY, M. Escola e violência. Brasília: UNESCO, 2002.
______. et alli. Guangues , galeras, chegados e rappers. Rio de Janeiro: Garamond, 1999.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
CHARLOT, B.; ÉMIN, J. C. (Coords.). Violences à l'école - état des savoirs. Paris: Masson & Armand Colin Èditeurs, 1997.
COLOMBIER, C.; MANGEL, G.; PERDRIAULT, M. A violência na escola. São Paulo: Summus, 1989.
GUIMARÃES, E. Escola, galeras e narcotráfico. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.
PERALVA, A. Violência e o paradoxo brasileiro: democracia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
SILVA FILHO, R. L. L. A escola hoje e os alunos que não aprendem. Folha de São Paulo: São Paulo, 23 out 2012.

ZALUAR, A. (org). Violência e educação. São Paulo: Cortez, 1992